https://www.psic.com.pt/

Blog

fobia social

julgarJá sentiu medo de ser julgado como débil, ansioso e inadequado?

Muitos de nós já nos sentimos ansiosos antes de conhecer alguém ou de fazer uma apresentação pública.

É natural sentir-se retraído quando se é observado e esse desconforto pode até ser vantajoso. A ansiedade social é uma experiência humana comum e está intimamente relacionada com a estrutura social de grupo e a sua organização hierárquica.

No entanto, aqueles que sofrem com a fobia social começam a preocupar-se com semanas de antecipação e podem chegar a evitar a situação devido aos níveis elevados de ansiedade que sentem.

A fobia social é, então, um medo marcante e persistente de uma ou mais situações sociais, em que a pessoa está exposta a desconhecidos ou à avaliação dos outros e teme demonstrar ansiedade ou agir de modo humilhante ou embaraçoso. O medo central é da avaliação negativa por parte dos outros. Estes são encarados como pessoas hipercríticas e humilhadoras. Olham para si através do outro. Acreditam que são vistos como inadequados e assumem que se trata de uma verdade absoluta. Assim, pensam que não vão ser capazes de causar uma impressão positiva no outro. O seu pensamento é dominado por temas de fracasso e falta de competência social.

Os limites entre a ansiedade social e a ansiedade desempenho são difusos. As pessoas com ansiedade social sentem também ansiedade de desempenho, mas a maior preocupação incide em estar com o outo e na impressão que causa. Já na ansiedade desempenho o medo central é a avaliação negativa a que possam estar sujeitos quando desempenham determinada tarefa, mas a interação social não provoca ansiedade.

Algumas das situações sociais mais temidas são: conhecer pessoas novas; iniciar ou manter uma conversa; fazer apresentações; ir a uma festa; comportar-se de modo assertivo; expressar uma opinião pessoal; telefonar a desconhecidos; devolver um produto à loja onde comprou; comer/beber em público; utilizar WCs públicos; interagir com alguém do sexo oposto; falar com alguém que é percebido como mais autoritário; ir a uma entrevista de emprego.

Quando expostas ou antecipam estas situações, devido à grande ansiedade sentida, é natural que surjam manifestações corporais como treMais Categoriass, rubor, sudorese, tensão muscular, urgência em urinar, palpitações, mal-estar abdominal, boca seca, tonturas, dificuldade em respirar, hipervigilância e vontade de sair do local onde se encontra. A espontaneidade na interacção é alterada devido ao aumento do foco, nas sensações corporais e não no contato social.  Algumas pessoas referem um “bloqueio ou vazio mental”, refletindo esta dificuldade em focar a atenção na interação social.

A fobia social geralmente tem início na adolescência, pois é o momento em que os medos sociais começam a ser mais marcados devido ao aumento das exigências sociais durante esta fase do desenvolvimento. Muitas vezes é a existência de experiências traumáticas precoces que está na origem da ansiedade sentida no contato social ou a aprendizagem de determinados comportamentos.

A interação social é uma coisa boa que ajuda a libertar as tensões do dia-a-dia, que nos faz sentir bem e acolhidos. O medo da avaliação do outro, que inibe o contato interpessoal, provoca muito sofrimento e priva de tantos benefícios que o convívio traz. Ao mesmo tempo que evita as situações sociais também se sente culpado por não estar a ser capaz de enfrentar o seu medo. É através da relação que podemos desconfirmar a crença de que todos nos julgam negativamente.  Pode parecer difícil porque existem outras experiências que nos levaram a acreditar nisso ou porque já passou muito tempo desde que isso se tornou uma verdade para nós. Mas é possível. Às vezes, é necessária uma relação terapêutica para nos ajudar a lidar com as mazelas que foram sendo criadas. O julgamento e a crítica por parte do outro podem, de fato, acontecer, mas pode aprender a lidar com eles.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Fechar